quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

RELATO SOBRE O GRITO MANAUS






O ‘Grito Manaus’ foi um evento de artes integradas realizado em duas etapas com caráter de manifestação cultural. A primeira etapa do grito foi realizada no dia 16 e a segunda dia 20 de fevereiro.

No dia 16 foi realizado o lançamento do Fora do Eixo Manaus em parceria com o Coletivo Cuia, no espaço cultural da livraria valer. Com entrada franca e a participação de aproximadamente 50 pessoas, a primeira etapa também contou com uma mesa redonda formada por produtores, músicos e articuladores para discutirem a importância dos coletivos na produção cultural independente. A programação ainda contou com a apresentação da banda Playmobils e a performance do DJ Marcos Tubarão.

Dia 20 foi realizada a segunda etapa do Grito embaixo do viaduto da Constantino Nery de forma gratuita, 10 bandas, interferências poéticas, cênicas e visuais, performances e exibições de vídeoartes, videoclipes de bandas locais, videodanças e documentários locais feitos sobre música fizeram parte da programação naquele dia. As primeiras exposições do Laboratório de moda do Difusão foram feitas, bem como a nossa primeira transmissão ao vivo de um evento pela rádio web.

O Grito Manaus no dia 20 foi produzido pelo Coletivo Difusão em parceria com a Baruk Produções e com a mobilização da classe artística da cidade em caráter de manifestação cultural. O evento não teve apoio de nenhuma secretaria de cultura ou empresa privada, e reuniu mais de 2 mil pessoas em um espaço público em ócio.
Nosso objetivo em produzir o Grito Manaus com caráter de manifestação/interferência urbana foi feito para promover a identidade cultural da cidade de Manaus, a valorização de espaços públicos e fomentar a formação de público e a produção artística independente da cidade e da região, já que duas bandas (uma de Belém e outra de Boa Vista) participaram do Grito.

Desde 2006 realizamos eventos/interferências urbanas na cidade. E especialmente embaixo do viaduto da Constantino Nery já realizamos outros quatro eventos/interferências lá. Tais eventos em caráter de manifestação são respaldados pela Constituição Federal que nos garante promover essas ações na cidade.

O parágrafo IX do artigo 5º da constituição diz que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. E segundo o parágrafo XVI do mesmo artigo, “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.

Bom, a Constituição foi citada neste relato para dizer que infelizmente a Polícia Militar do Amazonas se colocou acima da constituição e interrompeu de forma autoritária nosso Grito. À 1h a polícia chegou ao local desligando o som, subindo no palco, sem conversar com os organizadores e só não agrediram os músicos porque impedimos, mas até spray de pimenta foi jogado na direção dos que tentavam registrar o momento.
A ‘interferência policial’ feita por várias viaturas foi realizada 30 minutos depois que protestamos contra as secretarias de cultura do Município de Manaus e do Estado do Amazonas.

Em conversação com a PM eles pediam uma autorização para estarmos ali, então explicamos tudo. Que estávamos respaldados pela Constituição. Que não precisávamos de autorização. Que precisávamos apenas informar os órgãos. E acrescentamos ainda que o Grito fora amplamente divulgado nos principais veículos de comunicação da cidade, com matérias em jornais e rádios e inserções da vinheta do grito na Globo local, que abre espaço para publicitar gratuitamente eventos de promoção cultural sem fins lucrativos.

E a resposta do sargento da PM foi de que o que estávamos fazendo não era uma manifestação cultural. Segundo o PM, uma manifestação só é feita por secretarias ou órgão do governo. Ele também disse que as mais de 2 mil pessoas presentes no evento não representavam a sociedade, porque eram todos iguais e portanto o que estávamos fazendo não era uma manifestação cultural. ? Como assim?

Nós conseguimos reunir seguimentos artísticos diferentes para um público mais do que diversificado. E o policial de forma preconceituosa falou que as pessoas que lá estavam eram nada! Sem contar que no evento não teve uma única confusão, o que foi reconhecido pelo PM, que afirmou ter passado pelo local várias vezes durante a noite sem ter visualizado qualquer tumulto.

É, mas os PMs não pararam por ai, disseram que a cultura não era algo tão bom quanto acreditamos, porque segundo o sargento, “a cultura fez com que a população não gostasse da polícia”.

Chegamos a argumentar que a paralisação do evento poderia gerar um tumulto generalizado e então o policial nos ameaçou afirmando que tumulto não era problema, porque ele poderia aumentar ainda mais o efetivo de policiais e parar na porrada qualquer problema.

Nós poderíamos continuar o evento, porque estávamos no nosso direito, mas eles estavam dispostos a insistir em calar o Grito. Preocupados com a segurança de todos, já que isso poderia gerar sim um tumulto, insistimos em um acordo para que pelo menos a banda Iekuana de Boa Vista (que viajou por conta própria mais de 12h para estar lá) tocasse. Então, o acordo acabou sendo feito para que o evento fosse encerrado faltando ainda a apresentação de outras quatro bandas.

Os PMs alegaram que o evento deveria ser paralisado, porque moradores da área fizeram reclamações de barulho. Nós realizamos interferências culturais naquele mesmo local outras quatro vezes em três anos. Nunca houve qualquer reclamação, mesmo com o fato de alguns dos eventos terem acabado às 6h.

O mais curioso é que existem poucos moradores próximo do viaduto. Um deles chegou a ir com o PM para falar que já havíamos realizado outros eventos lá e que os moradores não se sentiam incomodados. Sem contar com o fato do viaduto ficar em frente a uma casa de shows que realiza periodicamente eventos que chegam a fechar a rua e que nunca são paralisados.

Enfim, nenhum argumento funcionou e a intransigência prevaleceu.

Estamos enviando esse email para relatar tais fatos que repudiamos por completo.

E para enfrentar de frente e de forma inteligente o que aconteceu vamos realizar a continuação do Grito Manaus no mesmo lugar e em data que ainda será definida com a participação das atrações que foram impedidas pela polícia de se apresentarem.             

Mas agora iremos nos munir de outros artifícios jurídicos para fazermos valer nosso direito de nos manifestarmos artístico/politicamente sem que a polícia possa desta vez nos ‘barrar’.

Nessa mesma esteira pretendemos ampliar essa discussão para causarmos uma reflexão e esclarecimento sobre a importância das manifestações artísticas na cidade. Por isso vamos organizar um fórum sobre a ocupação de espaços públicos por movimentos artísticos. Desse fórum, que ainda terá sua data e local de realização definidos, deve ser feito um documento para contribuir com um assunto ainda pouco debatido. Pretendemos compartilhar esse documento com todos do Circuito Fora do Eixo e com simpatizantes do Coletivo Difusão para que as discussões sejam ampliadas ao máximo.
Também estamos produzindo um documentário sobre o Grito Manaus que terá essas questões aqui relatadas abordadas em seu conteúdo


Assista ao vídeo com trechos da interferência da PM no Grito Manaus 2010!


Atenciosamente,

Associação Difusão Amazonas, há quatro anos no fomento de cultura urbana na cidade de Manaus.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Rádio Difusão Fora do Eixo



Galera!

A rádio já está no ar.

Caso o Player do blog não funcione, favor acessar diretamente no site da rádio fora do eixo, em alguns casos é preciso baixar o plugin VLC.


Acessar player#2.

Em caso de duvida deixe comentário.

Transmissão pela Rádio Web

Pra quem não puder curtir o Grito Manaus ao vivo, a galera do Coletivo Difusão vai fazer a transmissão ao vivo, via web radio Fora do Eixo, no sábado, 20/02, a partir das 19h.

Basta acessar o portal Fora do Eixo
www.foradoeixo.org.br

O Grito Manaus vai tocar no player 2 da web rádio.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Bandas selecionadas do Grito Manaus 2010



 00:00 (AM)

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Mais um símbolo do que propriamente um nome, 00:00 é uma banda formada por Moises Martins (vocal) e Elias Ferreira (guitarra). A vontade de compor músicas, em vertentes diversas dentro do rock, impulsionou o projeto. Apesar dos dois músicos compositores estarem a frente da 00:00, eles contam com a banda de apoio formada por Gabriel Guima, (bateria) Alexandre Pedraça (teclado), Ediel Castro (baixo), que colaboram muito para a identidade musical atual da banda.





Antiga Roll (AM)

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A história se repete, sempre aparece uns carinhas que têm em comum o gosto pelo rock. Então, um desses caras diz: ”E aí, vamos formar uma banda?!”. Assim nasceu a Antiga Roll, quatro moleques do interior (Maués-AM) que adoram rock das “antigas”. Começaram em 2006 e em 2009, já em Manaus-AM, gravaram tosca e caseiramente a demo “Nós amamos toda essa sujeira”. O clima tosco e familiar ainda não consegue traduzir, mas mostra um pouco o que é o verdadeiro lar dos caras, o palco. Detonando um rockão das antigas, que versam sobre mulheres, bebedeiras e cachorradas em geral, rock até o osso. Os moleques da Antiga Roll são o que são, pois estão no lugar e na hora em que boa parte dos rockers precisa de rock. Então meus filhos, apertem o play e “Let’s rock”.





Iekuana (RR)

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Cantando críticas pesadas à má política e contando o cotidiano de Boa Vista (Roraima), a banda Iekuana apresenta em seus shows uma mistura de reggae e hardcore que este ano será consolidada no primeiro CD da galera. Formada por Rhayder Abensour (guitarra base), Avinashi Jhonatan (guitarra solo), Dant Aliguieri (baixo), Jamil Abensour (batera) e Stallyn Bucley (vocal), a Iekuana não mede esforços quando o assunto é chamar atenção para os problemas sociais. Quer saber mais?





Cabanos (AM)

cabanos

No passado, a Cabanagem foi uma revolta popular ocorrida na Amazônia, e dela participaram pessoas vindas das camadas mais pobres da sociedade. O estudo da revolução Cabanagem foi base para que o grupo musical de rap Cabanos tivesse sua formação em janeiro de 1999 na zona leste de Manaus. O grupo aborda em suas letras, o que a própria revolução propunha aos mais pobres da época, que era moradia, educação, dignidade e respeito entre outros objetivos.






Cabocrioulo (AM)

cabocrioulo
Com os pés fincados nas raízes brasileiras a banda CABOCRIOULO percorre diversos estilos com muita originalidade. Fundindo ritimos como samba, maracatu, afoxé, rock, funk e soul, a CABOCRIOULO demonstra muita identidade e vontade de dar uma “mexida” na cena alternativa manauara, de onde pretende partir para outros horizontes.
As misturas não ficam apenas nos estilos. O grupo também junta instrumentos acústicos e elétricos, e o resultado é um som descontraído porem apimentado. Resgatando em uma cultura múltipla brasileira, por muitos esquecidas, o conjunto se propõe a valorizar a diversidade dos ritmos e a miscigenação cultural que é tão presente em nosso país.





 João Pestana (AM)

joao pestana cópia

Banda  Manauara com 10 anos completados em 2009, sempre privando por composições próprias inspiradas na pegada e psicodelia do rock’n roll dos anos 70, misturada a elementos contemporâneos como scratchs e batidas sob o comando do DJ. Vocais que oscilam energia e melodia com letras que retratam desde a realidade amazônica sob vários aspectos à reflexões humanas e espirituais de seus compositores.
Email: jotapeste@hotmail.com





MB-4 (AM)

SINGLE
Em Junho de 2003, quatro amigos resolvem expor seus pontos de vista sobre tudo através da música para pessoas que se interessam por um movimento que enfatiza a “revolução” na forma de expressão através de melodias distorcidas escondidas em um grito de liberdade chamado rock’n’roll somados ao gosto apurado de quem sonhou com algo novo e criativo que envolva boas letras misturadas as mais belas e pesadas melodias. Surge assim a MB-4.
Há cinco anos na estrada, trazem na bagagem um CD lançado em 2004 chamado “MB-4” contendo 11 faixas de músicas próprias, com canções divulgadas nas rádios como “Vai voltar”, “Menino Gorducho”, “Baião VS H.c”, “Anti-social”.





 Os Caras da Estrella (PA)

Os Caras Da Estrella
Os Caras da Estrella formaram-se no início de 2008. A banda paraense é composta por Eduardo Albuquerque, Felipe Marques, Grillo, Julian Bresson, Ney Lisboa e PV Magno. Seguem um estilo Rock com canções autorais e letras baseadas em delicadas experiências pessoais que acabaram por contribuir para a evolução musical e artística dos integrantes. O grupo passa por uma fase de reflexões de seus objetivos e redesenhando, assim, sua trajetória para o sucesso.





Snatch



É impossível escutar a Snatch sem reparar em suas experimentações sonoras, gritos silenciosos, sussurros ensurdecedores. Suas músicas combinam melodias graciosas com compassos esquizofrênicos. Uma hora você está em um campo de rosas amarelas correndo atrás de borboletas azuis e, em outro momento, o tempo se fecha, as folhas caem, flores murcham, e você é transportado a outro universo por um furacão sonoro. A música não deve ser separada entre música pesada e música leve. Tudo deve ser encarado como simplesmente música. A combinação ideal de todos os elementos necessários para expor todo o sentimento desejado é o que a Snatch procura em todas suas mú sicas. Formada em Janeiro de 2005, a banda está, no presente, em processo de gravação e pretende lançar seu álbum até Fevereiro de 2011.





Underflow

Underflow
Underflow é uma banda de rock autêntico e vigoroso, que vem fazendo parte há muitos anos da formação da identidade musical de uma cidade antiga, mas com população nova (Manaus-AM). Com as linhas melódicas dos vocais distantes entre si e divididos entre os três, a banda tem músicas mais harmoniosas – Prometo não chorar, Quero saber – outras mais secas, diretas e guturais – O homem apicultor, chutando o balde, além – e ainda as harmonias seguras e pesadas – Como sobreviver assistindo TV sete dias por semana, Meu Presente e Leia as Placas. Alinhando-se a isso as guitarras distorcidas, barulhentas, sujas e ao mesmo tempo melodiosas de Amauri Frazão dividem a frente do palco com o baixo estúpido, seco, inesperado e marcante de Daniel Valentim. Panelando na cozinha, Augusto Nunes, um dos mais elogiados bateristas do cenário musical manauara. Desta reunião de técnica, timing, segurança, brota a energia impressionante e feeling inenarrável das gigs desse power trio, que faz de cada apresentação um momento para se viver e ouvir a essência de um rock sem frescura, direto e inesquecível.

Seguidores

REGULAMENTO GRITO | MANAUS - AMAZONAS

1 - DO OBJETIVO

O Grito 2010 – mostra de música, voltada a todos os gêneros e estilos, tendo como objetivo proporcionar intercâmbio entre músicos, compositores, intérpretes, poetas e artistas, instigando a valorização à produção musical do Amazonas, além de promover circulação de bandas de todo o Brasil.

2 - DA MODALIDADE DO FESTIVAL

O Grito 2010 é uma mostra de música não competitiva, com o intuito de apresentar à comunidade de Manaus a diversidade musical contemporânea e apresentar o trabalho de uma banda de outro estado brasileiro.

Estarão aptos à seleção, bandas ou artistas de qualquer estilo musical desde que tenham letras e composições próprias, visto que caso a banda seja selecionada; apresentará um show de 30 (trinta) minutos de duração com seu trabalho autoral.

3 - DAS INSCRIÇÕES

3.1 - As inscrições das bandas/artistas serão efetuadas de 05/01/2010 a 15/01/2010 pelo site www.toquenobrasil.com.br

3.2 - A inscrição não garante sua classificação automática em qualquer fase do Grito;

3.3 - Poderão inscrever-se artistas individuais ou com banda tenham composições próprias;

3.4 - A efetivação da inscrição pelo concorrente no presente evento implica na aceitação de todas as normas contidas neste regulamento.

4 - DA SELEÇÃO

4.1 - As bandas inscritas serão analisadas por uma curadoria formada por profissionais da música e produtores culturais. Onde serão avaliados: qualidade musical e originalidade artística.

4.2 - Serão selecionadas 10 (dez) artistas individuais ou banda.

4.3 - As decisões da Curadoria de seleção são irrevogáveis, não podendo ser impetrado qualquer recurso.

5 - DA DIVULGAÇÃO DOS SELECIONADOS

A Organização do Grito 2010 divulgará os selecionados na imprensa de Manaus e pela Internet.

6 - DA APRESENTÇÃO NO GRITO

6.1 - Passagem de som dos participantes será pré-estabelecidos pela Comissão Organizadora.

6.2 - No dia da apresentação os classificados deverão chegar pelo menos uma hora antes de suas apresentações.

7 - CASOS OMISSOS

7.1 - As dúvidas de interpretação ou integração de lacunas deste regulamento cabem à Organização da mostra “O Grito” 2010.